Análise por: Pedro Carmo
Fotos: Fabio Madeira
Após a passagem das sete escolas do grupo especial na noite deste sábado no Sambão do Povo, ainda não é possível dar um panorama exato dos rumos que o Carnaval Capixaba deve levar na apuração da próxima quarta!
Desfiles equilibrados, mas que em alguns momentos foram prejudicados pela chuva ou por problemas estruturais nas alegorias, como no caso da Andaraí, que abriu os trabalhos no sambódromo abordando a veracidade de fatos marcantes da história, como a ida do homem a lua, e a morte de Elvis Presley! Ainda no primeiro setor a escola enfrentou problemas com o abre alas, que perdeu o eixo e chegou a ficar atravessado na pista. Com inúmeras alas passando pela lateral da alegoria, incluindo a bateria, o entendimento do enredo foi comprometido. Tudo isso somado ao estouro dos 60 minutos de desfile, a Andaraí deve brigar pelas últimas posições
Na sequência, a Novo Império fez uma homenagem ao centenário do sindicato dos estivadores de Vitória, fundadores da escola na década de 50! A ausência do luxo foi recompensada no capricho nos detalhes por parte do Carnavalesco Jorge Caribé, e pelo show a parte da bateria Sinfônica de Vitória. Após conseguir sua manutenção na elite em 2017, a Novo Império busca agora retomar sua época de glória no Carnaval Capixaba, vivida nos anos 80.
Mesmo sem ganhar o Carnaval a mais de 30 anos, a Unidos da Piedade segue como a maior campeã do estado, e neste ano levou as flores para o Sambão do Povo. Disposta a quebrar seu jejum de títulos, um desfile correto com alegorias bem executadas pelo Carnavalesco Balbino foram as apostas da escola. Falhas de uniformidade, como calçados e adereços de cabeça diferentes entre componentes da mesma ala chamaram atenção, junto a dificuldade da primeira porta bandeira em evoluir, devido a um incômodo na fantasia!
Quarta a desfilar, a atual campeã Boa Vista contou a saga de vida do ex-presidente sul africano Nelson Mandela. Sem um samba tão empolgante como o de 2017, a arquibancada não foi participativa no desfile, mas foi extremamente funcional para a Independente. O primeiro destaque ficar por conta da bateria do mestre Douglas Coutinho, imprescindível para a boa passagem da escola. Desde o começo da semana o presidente e intérprete Emerson Xumbrega vive um complicado momento familiar envolvendo a mãe, mas foi peça importante na harmonia da escola!
Debaixo de uma forte chuva torrencial a Mocidade Unida da Glória foi a quinta escola a desfilar no Sambão do Povo, e apresentou o enredo: "Entre Confetes e serpentinas, uma paixão sem igual... olhares que se cruzam, bocas que se beijam... amores de carnaval”, abordando a liberdade que a festa desperta nos foliões. Conhecida pelo seu luxo e riqueza de detalhes nas alegorias e fantasias, a MUG não decepcionou os espectadores que resistiam a forte chuva na arquibancada para vê-lá! Sofrendo com problemas na evolução, incluindo quedas dos bailarinos da comissão e dificuldades no bailar dos casais. Sem vencer o Carnaval desde 2016, a MUG quer voltar a conquistar o Estado, e já venceu sua primeira batalha: Contra a chuva.
Superação também foi fato marcante no primeiro casal da Pega no Samba Rafael e Naymara, a menos de uma semana do desfile o mestre sala sofreu um acidente de moto e machucou a perna, mas se recuperou a tempo de desfilar, ainda sofrendo uma queda durante o desfile. Outro fato interessante é que mesmo ficando na última posição do Carnaval 2017, a Locomotiva do samba foi beneficiada pela mudanca na gerência e no regulamento da Folia, e acabou ganhando mais uma chance na elite do Carnaval. A bateria de mestre Jorginho, nota 30 a três carnavais foi responsável por levantar o público que sofria com a tempestade que caía no Sambão do Povo. Sem dúvidas, a surpresa positiva da noite fica por conta da Pega No Samba, que não apresentou erros graves para quem se apresentou sob uma forte chuva.
Logo na sequência, tivemos a surpresa negativa da noite: Mesmo com um enredo bem desenvolvido pelo carnavalesco Petterson Alves, a Unidos de Jucutuquara não conseguiu empolgar e fez um desfile frio e apático, decepcionante para o tímido público que ainda aguardava a agremiação. Com um enredo abordando a história do líder quilombola Ambrósio, a Jucutuquara apresentou alegorias bem acabadas, e fantasias de extremo bom gosto. Sem empolgação e força da comunidade, a Jucutuquara esqueceu de levar ao sambódromo toda a sua tradição e história!
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