Análise de Enredos RJ 2016 - Unidos da Tijuca

"Semeando sorriso, a Tijuca festeja o solo sagrado"




Não é um enredo que me agrada, não é um carnavalesco que me agrada. Mas não pelo tema, que é muito interessante, e sim pela repetição. Diversas vezes na avenida já foi falado sobre plantações, solo brasileiro, agricultura, etc.

Ouço um tremor!
A noite anseia pelo dia,
Dia que, teimosamente,
Demora, pois traz a vida
Dos véus da sabedoriaâ?
Pelo meu corpo desnudado,
Minhas entranhas o selariam:
Esculpido no barro, o homem nascia.


O homem, segundo essa passagem, teria surgido da terra. Aliás, tudo teria vindo terra. Claro que é uma teoria, mas não pode ser descartada, e devemos pensar nela. E se for verdade? A Tijuca trás essa possibilidade.

Homem da Terra,
Filho da mata virgem.
Envolto às minhas espécies,
Que se abrem à tua passagem,
Percorre essa amorosa via-terra-fêmea
E reconhece-te nessa paisagem.
Germina a semente do teu ser,
A coragem e o saber
Ao vulto de uma pátria mãe gentil.
Debruça sobre a terra,
Fremindo a candura ardil
Da arte agrícola,
De uma terra abençoada,
Chamada Brasil.

Entre os raios de sol,
Semeia o ciclo sagrado da natureza.
Desvenda meus mistérios,
Tanto do solo quanto hídricos,
Segue a tua lida,
Entremeando meus frutos,
É essência da vida.

E a prosa segue entrosada
Rumo à lavoura,
Na beira da estrada.
O sol a pique,
Brota o suor,
Mãos calejadas
Ao manejo da enxada.

O homem do campo
Ara a terra,
Com bravia devoção.
Planta, cultiva feito as
Flores que colorem
Esse chão.
Tudo verdinho e brotado,
Alimenta tua família
Com os frutos do meu roçado.

Meu matuto sonhador,
Já é tarde!
Brilha a luz na portinhola,
Crê nas palavras de Deus
Nosso Senhor,
Rima-te a essa poesia de amorâ?
E nas modas de viola
Canta a vida do interior.

Na minha intimidade,
Volto ao meu ser.
Espalho minhas cores,
Polinizadas de saber.
Atraídos pelo néctar
São muitos os insetos a me envolver,
Num ato simbiótico,
Renovando o meu florescer.

Chegou a hora!
Tu que me foste zelador:
Agora, segue na linha do tempo
E mostra ao mundo teu valor.
Pinta minha terra,
Em forma de um mosaico encantador.
Tua arte é a agricultura
E, o teu ofício, agricultor.

E eu digo amém,
Só de pensar
Que a criatividade humana
Vai além.
Reside na sutileza,
Na expertise rural e
Desvenda os segredos da natureza
É questão ambiental.
Mas sem rodeio e sem aresta
A praga te insulta,
Ameaça e te espreita.
Mas não te acanhes,
Tu conheces a receita.
Trava uma batalha,
Munido de insumos naturais,
Luta e peitaâ?
Salva a tua colheita.

Uma poeira no pé de vento
Sopra a prosa de um novo
Empreendimento:
Fértil em tuas plantações,
Polinizada pela tecnologia
E por sustentáveis inovações.
Cuidadosamente, aviso:
É um tal de agronegócio,
Não tem nada de improviso.
É uma séria "capital",
Que do mundo rural,
Se chama "Sorriso".

Contudo,
O trabalho árduo
Te afaga.
Não falha.
A agricultura sustentável
Cria a tecnologia do
"Plantio direto na palha".
Semeando "sorriso"
Corre chão
Para tudo mais que o valha,
Planta o grão.
Sem gradagem e aração
É saúde da plantação.

Segue, Homem da Terra,
A tua saga comunitária.
Desbrava os recursos dos
Peixes, gados e suínosâ?¦
Mede essa "extensão agrária"
E escreve a história da
Tua agropecuária.

Terra farta,
Gente feliz.
Semeia tua alegria
Que se manifesta
Em ritos de poesia:
Entre palmeados da "catira",
Passos da "caninha-verde"
Ao cortejo da folia.

Entre teus sonhos e desejos,
Sou eu - a Mãe Natureza -
A luz de tua inspiração.
Sou eu a festança e a cantoria,
Dos "brasis" que correm esse chão.
Sou eu o fruto da vida,
Um infinito ser abençoado,
Que pelo teu talento
Para sempre serei lembrado:
"Semeando Sorriso, a Tijuca festeja o solo sagrado".

O enredo trás passagens interessantes, como o cuidado com a saúde, com a agricultura de hoje em dia, que em muitos aspectos é prejudicial a nossa saúde. Fala-se da "Agricultura saudável". Fala também sobre as pragas, a descoberta delas, como evitá-las. De resto, não tem muito que se falar desse enredo, que de novo, não me agrada. Apenas algumas passadas interessantes.

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