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Foto: Marcelo O’Reilly |
Dá série "Defensores do pavilhão, no palco do carnaval do povo: Intendente Magalhães.", nossa entrevistada de hoje é a prova de que o grande Nelson Sargento estava certo,
nosso samba agoniza, mas não morre. Débora, que no último carnaval defendeu dois pavilhões verde e branco vem contar um pouco da sua história no carnaval:
JIO FOLIA - você
aprendeu a dançar em uma escola voltada para a dança do mestre-sala e
porta-bandeira ou no ambiente familiar com algum parente/amigo(a)
mestre-sala/porta-bandeira ? Em que ano isso ocorreu ?
Débora - Aprendi vendo minha mãe dançar, meus primeiros
passos quem me ajudou foi meu grande amigo Fábio Rosa que tenho como um pai,
tio e amigo, foi ele quem mostrou meu dom.
JIO FOLIA - Qual foi a sua primeira escola como Porta
Bandeira ? O primeiro desfile foi complicado ?
Débora - Minha primeira escola foi Foliões de Botafogo. Mais
ou menos, tive problemas com fantasia de cara foi meu primeiro desfile na
marquês de Sapucaí, estava extremamente ansiosa, feliz e vendo como aquele
momento fazia parte de mim.
JIO FOLIA - Você vem construindo uma bonita história como
Porta-Bandeira. Você acredita que a manutenção de um casal em uma determinada
escola contribui para o bom desempenho do mesmo ?
Débora - Acho que sim e trabalho para está aprendendo,
fazendo e dando o melhor de mim como profissional do carnaval. Sim com certeza
você dando condições de trabalho você recebe qualidade no resultado final.
JIO FOLIA - Como é sua rotina de ensaios e sua preparação
pré-carnaval ?
Débora - Começo sempre focando na preparação física,
regrando horários e alimentação, em seguida entra a rotina de exercícios
seguida dos ensaios fechados, depois os ensaios na agremiação e mais próximo ao
desfile ensaios na marquês para adequar tempo e posicionamento !
JIO FOLIA - Em sua opinião e gosto, qual item você adora ver
o mestre sala usar, leque, bastão ou lenço ?
Débora - Eu adoro os três, mas acho um item histórico que eu
admiro nos mestre sala: o leque.
JIO FOLIA - Qual foi o desfile mais emocionante da sua vida ?
Débora - Foi o que estreei como 1a PB, na ocasião no G.R.E.S
Império da Tijuca em 2006, pois foi um grande desafio onde recebi toda a
credibilidade do presidente Tê e do meu mestre sala Washington Lima e devido
todo esse trabalho em conjunto trouxemos a nota máxima para a agremiação !
JIO FOLIA - Como toda porta-bandeira sempre queremos dançar
em uma escola em especial... Qual escola você deseja defender o pavilhão um dia
ou você já realizou isso ?
Débora - Meu sonho é defender o pavilhão do G.R.E.S Unidos
da Tijuca! Ainda não realizei,
mas ainda acredito no meu sonho e sei que com foco e dedicação tudo é possível !
JIO FOLIA - Você tem alguma porta bandeira que você
considere como sua inspiração ? Qual ?
Débora - Sim. Christiane Caldas, admiro muito seu talento e
acima de tudo a ética, caráter e profissionalismo com o qual ela desenvolve seu
trabalho como PB !
JIO FOLIA - Existe algum preconceito em relação aos casais
da Intendente ? A classe é unida ?
Débora - Acho que há de uma forma geral uma discriminação
com as agremiações dos grupos da Intendente em todos os setores inclusive o
nosso! Acho que como em toda classe existem divergências, e as vezes algumas
pessoas acabam destoando do grupo por atitudes ou comportamento que ferem a
imagem do coletivo, mas tirando essas pessoas que são algumas exceções, a
classe vem se mostrando mais unida! E gostaria de fazer um adendo sobre a
questão de referência de PB pra mim, e acrescentar Jaçanã e Verônica Lima, que
são duas pessoas indispensáveis à minha vida de PB.
JIO FOLIA - Você acha que a contratação de coreógrafos ou
preparadores de casal é fundamental para uma escola que visa o 10 em todas as
cabines de jurado ?
Débora - Acho que é um excelente auxílio, porém, não
considero fundamental, e acho que devemos ter um certo cuidado com a dimensão
que a coisa vem tomando, infelizmente o que vemos hoje são pessoas que levam
pra si o mérito da nota do casal, sendo que tem casais que estão juntos há
anos, são formados há tempos e alguns desses coreógrafos e preparadores se põe
como formador destes casais, acho que projetos como a escola de mestre-sala e
porta-bandeira Manoel Dionísio que está aí completando 25 anos de existência
neste ano, este sim pode falar em formar casais, pois é responsável pela
formação de muitos casais, do especial até a intendente, pois pega desde o
inicio do ciclo até literalmente a formação do casal !
JIO FOLIA - Pra você como defensor(a) de um pavilhão que
desfila na intendente Magalhães, qual é a maior dificuldade do local ? E qual é
diferença entre estar ali e estar na Sapucaí ?
Débora - Acho que a maior dificuldade da Intendente está no
backstage, pois a dificuldade que enfrentamos e na preparação do desfile, as
vezes na falta de infra que temos, no ambiente em si vejo coisas muito
positivas, acho que a diferença para a Sapucaí é a dimensão do evento, porém
temos a proximidade com o público, temos o calor da emoção ali colado em nós,
este ano em especial ganhamos muito com a organização da LIERJ e esperamos que
a próxima instituição que assumir a organização mantenha o padrão e o eleve com
o tempo, pois temos muitas agremiações de peso e história na intendente !
JIO FOLIA - Qual o significado hoje do carnaval na sua vida
?
Débora - O carnaval pra mim é vida, acho que é nosso grande
teatro de arena, temos um público nos 360° que nos circundam, e assim como o
teatro de origem grega temos a as duas faces a tragédia e a comédia, temos como
em tudo o lado ruim, mas temos a felicidade que é contagiante, que atravessa
todas as barreiras e chega a todos os cantos do mundo, um banho de cultura com
os enredos desenvolvidos pelas escolas, temos a geração de trabalho para
milhares de pessoas uma infinidade de coisas que me levam ao sentimento de que
carnaval é vida !
JIO FOLIA - Alguma dica para quem está começando ou pretende
seguir os passos desta distinta carreira de Mestre Sala e porta bandeira ?
Débora - Que mantenham acima de tudo o caráter e a
integridade, que saibam que o caminho é árduo, tem muita luta, muito suor, as
vezes se é choro outras sorriso, mas acima de tudo a recompensa em fazer o que
se ama e manter essa tradição viva não tem preço !
JIO FOLIA - Chegamos ao fim de nossa entrevista, gostaria de
agradecer pela gentileza de responder essas perguntas e te desejar uma ótima
temporada de ensaios. Em tempo, gostaria que você deixasse uma mensagem para as
pessoas que acompanham o seu trabalho:
Débora - Gostaria de agradecer a todos aqueles que admiram e
seguem meu trabalho, seja a distancia pelas redes sociais ou aos amigos que
estão sempre por perto, dizer que o carnaval 2016 ainda é uma caixinha de
surpresas e que vem novidades por aí!
Fazer alguns agradecimentos especiais a pessoas que estão ao
meu lado sempre, seja no bom ou no ruim, como meu marido e figurinista Rafael
Fyll, Cláudio Dominicina que é um eterno mestre, Daniel Ghanem parceiro
inseparável de todas as horas, Alcides "Kenga harmonia" e Viviane
Martins que me ajudam na superação da minha caminhada a toda a equipe da
Família Escola Mestre Dionísio e do Projeto de formação de casais da União da
Ilha do Governador nos quais tenho a honra de compartilhar meus conhecimentos e
principalmente o aprender sempre mais e mais com os antigos e também com os que
chegaram agora é continuam chegando ao mundo da nobre dança do casal de
mestre-sala e porta-bandeira pois todos tem seu valor !
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