Defensores do pavilhão, no palco do carnaval do povo: Intendente Magalhães - Laís Lúcia

Foto: Alexandre Lourenço
Dá série "Defensores do pavilhão, no palco do carnaval do povo: Intendente Magalhães.", vamos conhecer o trabalho da Porta Bandeira da ARES Vizinha Faladeira, que se consagrou campeã do Grupo de Acesso D, conseguindo uma vaga para o Grupo C, além de ganhar inúmeros prêmios como melhor casal do grupo.

JIO FOLIA - Olá Laís, você aprendeu a dançar em uma escola voltada para a dança do mestre-sala e porta-bandeira ou no ambiente familiar com algum parente/amigo(a) mestre-sala/porta-bandeira ? Em que ano isso ocorreu ?

Laís - Comecei em 2007 em uma ala de mestre-sala e porta-bandeira da pimpolhos da Grande Rio, nesta ala tive instruções do belenzinho e mery que me acompanham até hoje em minhas apresentações. Eles que me ensinaram a dançar.

JIO FOLIA - Qual foi a sua primeira escola(sem ser mirim) como Porta-Bandeira ? O primeiro desfile foi complicado ?

Laís - Minha primeira escola mesmo foi a Matriz de São João de Meriti como segunda porta-bandeira, fiz parceria com o Sidnei. Complicado não foi, mas houve aqueles imprevistos de todo desfile e minha ansiedade acho que me atrapalhou um pouco mas ocorreu tudo muito bem.

JIO FOLIA - Você acredita que a manutenção de um casal em uma determinada escola contribui para o bom desempenho do mesmo ?

Laís - Contribui. Dedicação, técnica e empenho faz a evolução de todos nós casais de mestre-sala e porta-bandeira, quanto à questões administrativas que dependendo dos casos desmotiva muitos de nós, mas temos que ser sensatos, o carnaval precisa voltar a ser um hobby ou um prazer/laser e não um emprego.

JIO FOLIA - Como é sua rotina de ensaios e sua preparação pré-carnaval ?

Laís - Intensa e dividida, em meio a trabalho, faculdade e cursos, tenho meus ensaios de quadra e fechado. Costumo ensaiar fechado com muita frequência ante da virada do ano porque depois sempre temos mais compromissos para fazer que pode atrapalhar, sem contar que não gosto de fazer nada com pressa ou correndo. Tudo tem seu tempo. Gosto de estar com a mente  tranquila em Janeiro. Quanto a preparação, também são bem leves por conta do tempo. Esta na verdade foi minha base para o carnaval 2015, para o próximo ano creio que seja o dobro. "Rs"

JIO FOLIA - Em sua opinião e gosto, qual item você adora ver o mestre sala usar, leque, bastão ou lenço ?

Laís - Gosto de todos, o Jorge Vinícius meu mestre-sala da Vizinha costuma usar todos. Mas meu preferido é o leque.

JIO FOLIA - Qual foi o desfile mais emocionante da sua vida ?

Laís - 2014, meu ultimo ano pela pimpolhos da grande rio. Foi na verdade uma despedida. Chorei horrores pois eu estava me despedindo da escola que despertou meu amor pela dança, me ensinou a dançar, me apresentou ao samba e me acolheu por 8 anos da minha vida.

JIO FOLIA - Como toda porta-bandeira sempre queremos dançar em uma escola em especial... Qual escola você deseja defender o pavilhão um dia ou você já realizou isso ?

Laís - Complicada pergunta. Nunca desfilei por nenhuma do especial mas tenho vontade de desfilar em todas “rs” sou apaixonada por todas, cada uma tem sua essência que me encanta.

JIO FOLIA - Você tem alguma porta-bandeira que você considere como sua inspiração ? Qual ?

Laís - Creio que não seja segredo pra ninguém mas a Verônica Lima ė minha inspiração porque meus últimos passos na pimpolhos e ate os dias de hoje ela quem me auxilia e ensaia. Devo muito a esta mulher que tem tanto carinho por mim, não é atoa que ė minha madrinha.

JIO FOLIA - Existe algum preconceito em relação aos casais da Intendente ? A classe é unida ?

Laís - Creio que não. Aos encontros dos casais, nos conversamos muito, trocamos idéias e etc... Tenho muitos amigos que desfilam na Intendente e por conta do nosso tempo pouco nos vemos então nestes pequenos encontros costumamos conversar muito.

JIO FOLIA - Você acha que a contratação de coreógrafos ou preparadores de casal é fundamental para uma escola que visa o 10 em todas as cabines de jurado ?

Laís - Não que seja fundamental, mas é algo diferente. Existem casais que não gostam de trabalhar com coreógrafos. Eu particularmente gosto muito pois trocamos idéias e vivencias.

JIO FOLIA - Sabemos o quanto é tenso, uma apresentação na frente dos Jurados durante os defiles. Como você se sente neste momento ? Rola um friozinho na barriga mesmo ou o Casal tira de letra e segue com a apresentação sem dificuldades ?

Foto: Rodrigo Borges
Laís - Frio na barriga me da na hora de entrar para a cabine, na hora em que olho para todos eles penso que aquela ė a minha hora então nada sinto. E preciso sempre ter calma para tudo, caso contrario tudo desanda.

JIO FOLIA - Pra você como defensor(a) de um pavilhão que desfila na intendente Magalhães, qual é a maior dificuldade do local ? E qual é diferença entre estar ali e estar na Sapucaí ?

Laís - As dificuldades se igualam, não vejo diferença entre ambos. A mesma dificuldade que passo na intendente posso ter na marquês, assim como, posso ter um maravilhoso desempenho na marquês e também na Intendente.

JIO FOLIA - Qual o significado hoje do carnaval na sua vida?

Laís - Difícil pergunta. Te juro que não sei descrever, é praticamente parte da minha vida. Eu amo o que faço e não penso em parar.

JIO FOLIA - Alguma dica para quem está começando ou pretende seguir os passos desta distinta carreira de Mestre Sala e Porta bandeira ?

Laís - Se não estiver por amor desista pois não é facil. Ame a cada segundo, exercite a cada segundo e sorria sempre !

JIO FOLIA - Chegamos ao fim de nossa entrevista, gostaria de agradecer pela gentileza de responder essas perguntas e te desejar uma ótima temporada de ensaios. Em tempo, gostaria que você deixasse uma mensagem para as pessoas que acompanham o seu trabalho:


Laís - Eu que agradeço. Para as pessoas que me acompanham e gostam do meu trabalho eu somente agradeço a cada carinho, cada sorriso, cada toque pois é isto que me faz continuar. De coração agradeço. Em especial agradeço aos meus mestres salas Jorge Vinicius e Alex Cunha. Só aprendo com vocês. E também ao Thiaguinho Mendonça, meu irmão de samba e de vida. Muito obrigada !

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