Obra de Armênio Poesia e
Cia é o vencedor na Dragões da Real
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Crédito: Divulgação |
O tempo
não para e o tic-tac anuncia as horas estão passando para mais um
carnaval.
Em busca de seu inédito
campeonato, a Dragões da Real no último sábado (18) escolheu o representante
que contará a “A invenção do tempo - uma odisseia em 65 minutos.” Em noite de temperatura amena e com a Caverna agitada, duas obras disputaram o primeiro lugar do pódio. E no balanço das horas, o JIO Folia conta como foi essa disputa
diretamente “das bandas” da Vila Anastácio.
Uma noite especial
O slogan
da escola diz tudo: “lugar de gente feliz!” É assim que começa a final em sua
quadra. Uma roda de samba de responsa, comandada por um dos melhores
intérpretes em atividade do grupo especial, o Renê Sobral. Cavacos e pandeiros
no compasso da palma da mão anunciavam um show especial.
No apito
do mestre Tornado, o esquenta aumentou a ansiedade e os primeiros acordes do
samba-exaltação mostravam que iria começar mais um show.
O tempo urge e o Anhembi é
longo
Depois
de literalmente “esquentar”, a escola começou os preparativos para iniciar a final de samba-enredo. Intérpretes e compositores à sua maneira, se benziam e
se protegiam, pedindo às forças do bem e do além para que toda energia positiva
pairasse sobre o palco de apresentação.
A
torcida se agitava. Com balões e bandeiras, o samba 4 foi o primeiro a se
apresentar. Freddy Vianna e Igor Sorriso no melhor estilo Doc Brown e Marty
Mcfly inflamaram o público que afinado cantou o refrão da obra defendida.
Apresentação segura, com canto constante e uniforme. A apresentação durou aproximadamente vinte minutos para não deixar dúvida de que aquele poderia ser o samba da escola.
Após
alguns minutos, com mais aparatos e bandeiras, um coro bradou: “Uh! É samba 3,
uh! É samba 3.”
Uma bandeira tricolor é arrumada para dar
efeito a apresentação. No palco, Carlos Júnior convoca os presentes a cantar a
plenos pulmões. Não há mais tempo a perder e não adianta tentar atrasar. Chegou
a hora, os primeiros acordes e a bandeira estirada, o samba começou e contagiou todo o terreiro. O suor brotando na testa informa que chegou o momento de
vencer. Com apresentação convincente e tecnicamente perfeita, o samba 3 deixa o
seu recado: “é tempo de gente feliz”.
Avante Dragões, chegou sua hora
A apreensão tomou conta da Caverna. Unidos por um ideal, torcedores dos dois sambas estão atentos às palavras do presidente Renato Remondini.
O futuro começou quando Renê Sobral acendeu o “cachimbo do Saci e o charuto do seu Zé” e cantou o samba vencedor. A parceria de Armênio Poesia, Xandinho Nocera, Léo do Cavaco, Galo, Ronaldo Maransaldi, Renne Campos, Paulo Senna, Alemão do Pandeiro, Fábio Brazza, CG e Wagner Rodrigues foi escolhida. A quadra explodiu de alegria e a festa invadiu a madrugada de domingo.
“Quem sonhar vai viver”e vai torcer para o tempo “voar” só pra ver a escola de gente feliz passar. A Dragões da Real será a segunda escola a desfilar no sábado de carnaval, dia 2 de março.
Uma escola à frente de seu
tempo
Organização
é a palavra chave da escola tricolor. Da desconfiança inicial de que seria uma
escola ioiô a modelo de gestão administrativa, a Dragões conquista seu
lugar dentro do carnaval de São Paulo com várias agremiações tradicionais tentando se adaptar aos novos tempos.
Mesmo sem
títulos, a qualidade técnica e plástica impecável da Dragões impressionam e garantem
ano após ano a escola como favorita. Em 2012, quando debutou no grupo Especial,
conquistou o sétimo lugar e não retornou ao grupo de Acesso desde então.
Em 2017,
depois de realizar um desfile tecnicamente perfeito, a escola conseguiu o vice-campeonato e ficou atrás da campeã Tatuapé. A diferença foi de apenas 0,1
décimo entre as duas.
Com
enredos impactantes que variam entre homenagens e temas que viajam pelo mundo
da imaginação, a Dragões busca alçar voos cada vez mais altos.
Texto: Marcelo Almeyda
Revisão: Lívia Martins
Matéria rica em detalhes sobre tudo que vai rolar na dragões
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