Em 2016 o GRES CHEGOU O QUE FALTAVA se propõe a viajar na memória e, resgatar o orgulho de ser capixaba através da história de Caboclo Bernardo. Um simples pescador que viveu na Vila De Regência e, no dia 07 de setembro de 1887 entrou pra história, se tornando um herói nacional; ao salvar 128 marinheiros de um navio que naufragou nas proximidades de Regência...
Regência Augusta, um Suntuoso paraíso gerado pela natureza e concebido pelo encontro das águas, o balé das ondas no infinito do mar emolduram a divina criação. Essa pacata vila de pescadores cercada por barreiras de lindos corais, terra de lendários guerreiros ancestrais, os índios botocudos que fizeram desta terra um santuário, tornam a Vila de Regência o cenário perfeito desta fascinante história e nos convida a viajar no tempo. Bernardo José dos Santos ou simplesmente Caboclo Bernardo, filho de índios botocudos, pescador nascido e Criado em Regência, amava e conhecia o mar, o rio e a mata como a palma de sua mão. É o personagem principal desta história de coragem e bravura.
É madrugada de 7 de Setembro de 1887 , uma noite de tempestade e mar revolto,raios riscam o céu da pacata vila.No mar o Cruzador Imperial Marinheiro, navio da Marinha de guerra do Brasil, tem a sua viagem interrompida ,choca-se contra o pontal sul da barra do Rio Doce a cerca de 120 metros da Vila de Regência. Doze tripulantes usam um pequeno bote pra ir a terra firme pedir ajuda, mas apenas oito chegam à praia, toda a população da pequena Vila se mobiliza, contudo nada pode ser feito diante da violência das ondas. Após uma noite de angústia e sofrimento, nasce o astro rei no horizonte e ilumina com seus primeiros raios a pequena vila de pescadores, Caboclo Bernardo se lança ao mar com um cabo de espia preso a sua cintura, depois de quatro tentativas sem sucesso, as ondas o laçam de volta à praia, sua Velha Mãe lhe pede pra não mais insistir, mas seu sangue de guerreiro e sua alma de herói falam mais altos, e Bernardo amarra o cabo á uma linha de pesca e leva preso aos dentes e finalmente consegue chegar ao Navio. Ajudado por dois marinheiros e um pequeno bote Bernardo participa de todo o processo, de pouco em pouco leva os marinheiros até a praia com ajuda da corda, mas alguns exaustos, não resistem, e acabam morrendo. Faltam apenas treze e o pequeno bote se arrebenta, porém Bernardo não desiste, com auxílio dos moradores constrói uma pequena balsa com os destroços do navio que chegam à praia e terminam o resgate sob os olhares de toda a vila que esta empenhada no resgate, socorrendo os sobreviventes que chegam a terra firme, assim dos 142 tripulantes do navio, sobrevive 128 e Caboclo Bernardo torna-se o Herói de um povo.
O ato Heróico de Bernardo lhe rende muitas homenagens. Ele é recebido com festa e desfila pelas ruas da capital da província, Vitória, sob muitos aplausos e é recebido pelas maiores autoridades do estado. As homenagens continuam, ele viaja ao Rio de Janeiro onde é recebido com banquetes, todos celebram o herói que arriscou a própria a vida. Bernardo, um simples pescador capixaba, é condecorado pela Princesa Isabel com a medalha humanitária de primeira classe.
“Eu, a Princesa Imperial Regente, em nome do Imperador o senhor D. Pedro II: faço saber aos que esta carta virem, que atendendo a dedicação não comum pela humanidade que mostrou o remador da catraia da barra do rio doce, Bernardo José Dos Santos, salvando com risco da própria vida as de muitos indivíduos, por ocasião do naufrágio do “imperial marinheiro “...”
Caboclo Bernardo vive na memória popular graças ao seu Miúdo, apelido carinhoso de Elpídio Ângelo Macedo, guardião do tumulo e da memória do herói, apaixonado pela historia compôs um hino em homenagem a Bernardo.
“Se nós fossemos heróis
Como o Caboclo Bernardo
Que salvou muitas vidas
Nas ondas do mar sagrado...”
É encenado na Vila de Regência o "Auto do Caboclo Bernardo” onde é representado sua vida e seu ato heroico, e no mês de junho ecoam tambores em louvor ao herói é a Festa do Caboclo Bernardo, que acontece na Vila de Regência bandas de congo de todo o estado se encontram e vão até a capelinha do Caboclo louvar a alma do Herói do povo, durante a festa uma foto do Caboclo é colocada no centro de um altar ao lado de São Benedito e Nossa Senhora da Conceição onde é reverenciado como sagrado . E nesta noite de magia, sob a luz da lua e das estrelas, O rei Momo curva-se diante do Herói e oferece esta singela homenagem, O samba hoje canta e ecoa para os quatro cantos do mundo a História do Herói do povo.
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